RESUMO
- A epifisiólise do umeral proximal é uma lesão por cisalhamento ou estresse da cartilagem epifisária do úmero proximal
- Atletas com placa de crescimento do úmero proximal aberta ⇨ fechamento ocorre entre 18 e 21 anos
- Afeta classicamente jovens arremessadores de beisebol, mas também ginastas competitivos e jogadores de tênis
- Imagem ⇨ alargamento da fise do úmero proximal, irregularidades e esclerose da metáfise e, em casos graves, deslocamento inferomedial da epífise
- Radiografia pode ser normal em 17% dos pacientes ⇨ RM pode mostrar edema ósseo perifisário
- Tratamento é repouso por 3 a 6 meses seguido de reabilitação com um fisioterapeuta
ETIOLOGIA
- Resultado de forças rotacionais e de distração excessivas que ocorrem com arremessos repetitivos acima da cabeça ⇨ microtraumas repetitivos causam danos à cartilagem da epífise umeral proximal
- Placa fisária tem maior risco de lesão porque é mais fraca do que os tendões e ligamentos regionais ⇨ isso explica o motivo pelo qual este grupo etário tem maior propensão a sofrer lesões na placa fisária, enquanto adultos (que já tem a placa fechada) tem lesões nos tendões ou ligamentos
- Em adolescentes, o risco de lesão é também aumentado devido ao crescimento ósseo, que pode causar desequilíbrios de força e flexibilidade
EPIDEMIOLOGIA
- ♂ > ♀
- Ocorre somente em indivíduos com a fise do úmero proximal aberta ⇨ fechamento ocorre entre 18 e 21 anos
- A idade típica de apresentação é entre 11 e 16 anos
- Arremessadores de beisebol, jogadores de tênis e ginastas competitivos
PREVENÇÃO
- Pode ser prevenida
- Prevenção inclui monitorar a contagem de arremessos, garantir descanso adequado entre as partidas, evitar jogar em várias equipes ao mesmo tempo, evitar jogar durante todo o ano, e garantir técnica adequada de arremesso
CLÍNICA
- Dor difusa no braço e ombro à movimentação e arremessos
- Pior nas fases de final da preparação ou desaceleração do arremesso
- Dor desaparece com o descanso
- Redução da velocidade e/ou precisão do arremesso
- Exame físico
- Sensibilidade ao toque sobre a face lateral do úmero proximal, na região da fise
- Dor reproduzida com rotação do ombro
- Déficit de rotação interna da glenoumeral
IMAGEM
RX
- Recomenda-se incidências AP em rotação interna e externa, vista axilar e perfil em Y da escápula
- A avaliação do ombro contralateral pode ser útil para comparação e diagnóstico de casos sutis
- Achados:
- Alargamento da fise do úmero proximal em comparação com o ombro contralateral
- Irregularidades e esclerose da metáfise
- Casos graves ⇨ deslocamento inferomedial da epífise em relação à metáfise (desvio em varo)
- Radiografia pode ser normal em 17% dos pacientes (complementar com RM)
RM
- Achados:
- Edema ósseo próximo à fise ⇨ pode ser útil quando o RX é normal
- Os demais achados observados pela radiografia também podem ser identificados pela RM
- RM pode ser útil para descartar outras patologias, como lesões labrais e roturas do manguito rotador
Como medir o ângulo cervico-diafisário do úmero proximal:
TRATAMENTO
- O tratamento inicial é repouso de 3 a 6 meses, que inclui evitar arremessos e qualquer outra atividade com braços acima da cabeça
- Após melhora da dor ⇨ fisioterapia para fortalecimento muscular do manguito rotador
- Após remissão completa da dor e recuperação da força e amplitude de movimento ⇨ início de programa de retorno gradual à atividade física / arremessos ⇨ progressão deve ser lenta e baseada na ausência de dor
PROGNÓSTICO
É importante reconhecer e tratar a condição precocemente para evitar complicações
Possíveis complicações:
- Interrupção prematura do crescimento da epífise umeral proximal ⇨ encurtamento do úmero
- Deformidade angular ⇨ desvio em varo do eixo cervico-diafisário do úmero proximal
- Artrose glenoumeral
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
Há diversas condições que podem causar dor no ombro em atletas jovens, dentre elas:
- Tendinopatia do manguito rotador
- Tendinopatia bicipital
- Lesões labrais
- Instabilidade glenoumeral
- Síndrome do impacto
- Fratura de estresse da escápula
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