CRÂNIO
TRANSIÇÃO CRANIOCERVICAL
Exame: radiografia da coluna cervical em perfil ou corte medio-sagital de TC ou RM da coluna cervical
Como calcular: linha que define o plano do forame magno, ou seja, de sua margem anterior (básion) até sua margem posterior (opisthion)
Normal: ponta do processo odontoide abaixo desta linha.
Anormal: ponta do processo odontoide acima desta linha. Indica invaginação basilar.
Exame: radiografia da coluna cervical em perfil ou corte medio-sagital de TC ou RM da coluna cervical
Como calcular: linha que da margem posterior do forame magno (opisthion) até a margem posterior do palato duro
Normal: ponta do processo odontoide ultrapassando a linha em ≤ 3 mm
Anormal: ponta do processo odontoide ultrapassando a linha em > 3 mm. Indica invaginação basilar.
Exame: radiografia da coluna cervical em perfil ou corte medio-sagital de TC ou RM da coluna cervical
Como calcular: linha que da borda mais caudal do osso occipital até a margem posterior do palato duro. Trata-se de uma modificação da linha de Chamberlain para quando o opisthion não é bem visualizado. É considerada a melhor para a avaliação de invaginação basilar, pois os parâmetros anatômicos estão presentes em todas as faixas etárias.
Normal: ponta do processo odontoide ultrapassando a linha em ≤ 4,5 mm
Anormal: ponta do processo odontoide ultrapassando a linha em > 4,5 mm. Indica invaginação basilar.
Exame: radiografia da coluna cervical em perfil ou corte medio-sagital de TC ou RM da coluna cervical
Como calcular: distância entre a margem anterior do processo odontoide e a margem posterior posterior do arco anterior do atlas (C1)
Normal: ≤ 3 mm em adultos e ≤ 5 mm em crianças
Anormal: se aumentado, indica instabilidade atlantoaxial, relacionada a causas como Síndrome de Down, trauma ou artrite reumatoide
Exame: radiografia da coluna cervical em perfil ou corte medio-sagital de TC ou RM da coluna cervical
Como calcular: distância entre a margem posterior do processo odontoide e a margem anterior do arco posterior do atlas (C1)
Normal: ≥ 14 mm no plano de C1 (e ≥ 12 mm abaixo de C2)
Anormal: se reduzida, indica compressão medular, sobretudo em casos de instabilidade atlantoaxial ou pseudoartrose do processo odontoide
COLUNA VERTEBRAL
Exame: radiografia frontal da coluna em ortostase
Como calcular: ângulo formado entre 2 linhas:
- linha paralela ao platô superior da vértebra com maior curvatura da extremidade superior da curvatura escoliótica
- linha paralela ao platô inferior da vértebra com maior curvatura da extremidade inferior da curvatura escoliótica
Normal: < 10º
Anormal: > 10º . Indica a presença de escoliose.
Quando há mais do que uma curvatura (escoliose em “S” ou “duplo S”), a curvatura primária é a que tem o maior ângulo de Cobb. Já a secundária tem ângulo de Cobb menor e é considerada compensatória (pode haver mais do que uma curvatura secundária).
Para avaliar se as curvaturas são estruturadas ou não estruturadas, deve-se realizar radiografias AP dinâmicas da coluna, com inclinação lateral para a esquerda e para a direita. Quando uma curvatura tem ângulo de Cobb > 25º durante a inclinação lateral para o lado oposto ao de sua convexidade, é chamada de estruturada, e tem maior chance de progressão. Caso o ângulo de Cobb seja < 25º durante essa inclinação, é considerada não-estruturada, com menor chance de progressão.

Mensuração do ângulo de Cobb, que corresponde ao angulo “a” ou ao ângulo “b” da figura, os quais são geometricamente iguais.

Na imagem da esquerda (radiografia AP em posição neutra), há escoliose com curvaturas dextroconvexa torácica primária e sinistroconvexa lombar secundária. As radiografias do meio e da direita foram realizadas com a paciente inclinando-se lateralmente para a direita e para a esquerda, e evidenciam, respectivamente, que a curvatura torácica é estruturada (Cobb > 25º) e a lombar é não-estruturada (Cobb < 25º)
Exame: radiografia em perfil da coluna em ortostase
Como calcular: ângulo formado entre 2 linhas:
- Cifose torácica: linhas paralelas aos platôs superior de T4 e inferior de T12
- Lordose lombar: linhas paralelas aos platôs superiores de L1 e de S1
Normal:
- Cifose torácica: 20º a 45º (ou 30º a 50º)
- Lordose lombar: 35º a 60º (ou 30º a 52º)
Anormal:
- Coluna torácica:
- < 20º (ou 30º): retificação da curvatura fisiológica da coluna torácica (dorso plano)
- > 45º (ou 50º): acentuação da cifose torácica (hipercifose)
- Coluna lombar:
- < 35º (ou 30º): retificação da lordose lombar
- > 60º (ou 52º): acentuação da lordose lombar (hiperlordose)
Exame: radiografia frontal da coluna em ortostase
Como calcular: linha vertical através do centro do sacro (através de seus processos espinhosos) e perpendicular a uma linha que conecta as margens superiores das cristas ilíacas
Normal: linha passar pelo centro de cada vértebra da coluna
Serve para definir o eixo mecânico sagital da coluna vertebral. Na escoliose, as vértebras estáveis são as divididas ao meio (ou quase ao meio) pela linha sacral central. Somente a título de curiosidade, na escoliose, vértebras neutras são aquelas sem desvio rotacional, ou seja, com distâncias iguais entre seus pedículos e processo espinhoso na radiografia frontal.
OMBRO
Normal: ≥ 1 cm
Alterado: ≤ 6 mm ou diferença > 3 mm entre o lado esquerdo e o direito.
O espaço subacromial pode estar reduzido em casos de rotura crônica do tendão do supraespinhal, ou em diversas condições que podem causar impacto subacromial:
- Artrose acromioclavicular com osteófitos inferiores ≥ 2 mm
- Os acromiale
- Acrômio tipo 3 (“ganchoso”)
- Acentuação da inclinação lateral do acrômio
COTOVELO
Calculado como auxílio na investigação de fraturas supracondilianas do úmero distal em pacientes da faixa etária pediátrica, com fises abertas, sobretudo quando sutis.
Exame: radiografia do cotovelo em AP, com o cotovelo em extensão
Como calcular: ângulo formado entre as linhas:
- linha perpendicular ao eixo longo do úmero
- linha da fise do capítulo
Normal: 8º a 20º
Interpretação: o valor absoluto não tem tanta importância. A assimetria de medidas entre ambos os cotovelos deve ser valorizada, podendo indicar fraturas supracondilianas do úmero distal. Uma diferença maior do que 5º pode ser considerada significativa. Entretanto, deformidades em varo e com rotação interna do cotovelo podem condicionar diferenças entre os cotovelos.

Ilustração mostrando diferença de 10˚ entre os ângulos de Baumann dos cotovelos direito e esquerdo, relacionada à fratura.
PUNHO / MÃO
Ângulo capitato-semilunar
Exame: radiografia do punho em perfil
Como calcular: ângulo formado entre os eixos do capitato e do semilunar:
- Eixo do capitato: linha longitudinal através do centro do eixo longo do capitato
- Eixo do semilunar: bissetriz do semilunar na radiografia em perfil
Normal: ≤ 30º
Anormal: > 30º. Indica instabilidade do carpo (DISI ou VISI, dependendo do ângulo escafo-semilunar)
Ângulo escafo-semilunar
Exame: radiografia do punho em perfil
Como calcular: ângulo formado entre os eixos do escafoide e do semilunar:
- Eixo do escafoide: eixo longo do escafoide, obtida traçando-se uma linha tangenciando os contornos proximais de sua superfície articular proximal e de seu tubérculo distal
- Eixo do semilunar: bissetriz do semilunar na radiografia em perfil
Normal: 30º a 60º
Indeterminado: 60 a 80º
Anormal:
- > 80º. Indica instabilidade do tipo DISI
- < 30º. Indica instabilidade do tipo VISI
Exame: radiografia do punho em AP
Como calcular: distância entre o escafoide e o semilunar
Normal: < 2 mm em adultos
Indeterminado: 2 – 3 mm
Anormal: > 3 mm. Indica dissociação escafo-semilunar
Em crianças, esse espaço é habitualmente maior, uma vez que não há ossificação completa dos ossos do carpo. Os valores de referência são diferentes:
- 6 anos: normal de 7 – 9 mm (alterado: > 12 mm)
- 7 anos: normal de 6 – 8 mm (alterado: > 11 mm)
- 8 anos: normal de 5,5 – 7,5 mm (alterado: > 10,5 mm)
- 9 anos: normal de 5 – 6,5 mm (alterado: > 9,5 mm)
- 10 anos: normal de 4,5 – 6 mm (alterado: > 9 mm)
- 11 anos: normal de 4 – 5 mm (alterado: > 8 mm)
- 12 anos: normal de 3,5 – 4,5 mm (alterado: > 7,5 mm)
As variantes ulnar negativa ou positiva alteram a distribuição de carga para o rádio e para a ulna, estando associadas a lesões e alterações degenerativas precoces. É importante destacar que a variância ulnar não tem relação com o comprimento do processo estiloide da ulna.
Exame: radiografia do punho em PA
Como calcular: distância entre duas linhas:
- Linha tangente à superfície articular da ulna distal, perpendicular ao eixo longo do rádio
- Linha tangente à superfície articular da fossa semilunar do rádio distal, perpendicular ao eixo longo do rádio
Normal: 0 mm
Variância ulnar positiva: > 0 mm, ou seja, a extremidade distal da ulna é mais longa do que a margem distal do rádio distal. Associação com impacto ulnocarpal.
Variância ulnar negativa: < 0 mm, ou seja, a extremidade distal da ulna é mais curta em relação à margem distal do rádio. Associação com doença de Kienbock e impacto radioulnar distal.
Observação: a variação ulnar varia de acordo com a posição do punho, sendo fisiologicamente positiva durante a pronação e preensão forçada da mão e negativa em supinação. Essa variação fisiológica deve ser considerada na avaliação de estudos de RM, em que o punho é habitualmente avaliado em pronação (posição de “super-homem”), ou seja, pode haver um falso diagnóstico de variância ulnar positiva à RM.
Exame: radiografia frontal do punho
Como calcular: ângulo formado entre duas linhas:
- Linha perpendicular ao eixo longitudinal do rádio
- Linha que conecta as margens (medial e lateral) da superfície articular do rádio distal
Normal: 21° a 25 °
Alterado: < 21°. Associação com aumento da carga através do semilunar.
Medida utilizada na avaliação e descrição de fraturas do rádio distal.
Exame: radiografia do punho em PA
Como calcular: distância entre as duas linhas:
- Linha perpendicular ao eixo longitudinal do rádio, tangenciando a extremidade distal do processo estiloide do rádio
- Linha perpendicular ao eixo longitudinal do rádio, tangenciando a superfície articular da ulna distal
Normal: 10 a 13 mm