Pontos Importantes
- Lesão do tipo “não toque”.
- Irregularidade cortical no aspecto medial do fêmur distal na origem do gastrocnêmio medial. Pode ocorrer também na inserção da aponeurose do adutor magno na linha áspera do fêmur ou na inserção do deltoide no aspecto anterolateral do úmero.
- Ausência de componente de partes moles ou reação periosteal agressiva.
- Geralmente, é achado incidental de exame.
Introdução
- Lesão benigna também conhecida como “desmoide periosteal”, “lesão cortical avulsiva” ou “lesão de Bufkin”
- Relacionada a microtraumas por forças tracionais em pontos de inserção tendínea
EPIDEMIOLOGIA
Mais comum entre 10 e 15 anos (esqueleto imaturo) e com maior incidência no sexo masculino.
CLÍNICA
Geralmente assintomático. Dor local não é comum, mas pode estar presente em alguns casos.
PATOLOGIA
Etiopatogenia
Relacionado a microtraumas por forças tracionais / avulsivas, com remodelamento da região de inserção tendínea.
Microscopia
- Processo inflamatório crônico e proliferação fibrosa e deposição óssea reacional;
- Tecido condral pode estar presente;
- O processo de reparação celular pode simular malignidade à microscopia – a biópsia não deve ser indicada.
IMAGEM
Localizações:
- Aspecto posteromedial da metáfise distal do fêmur na origem do gastrocnêmio medial;
- Aspecto posterior da diáfise femoral (linha áspera) na inserção da aponeurose do adutor magno;
- Aspecto anterolateral do úmero na inserção do deltoide.
Bilateral em mais de 25% dos casos. Ocorre mais comumente à esquerda.
Irregularidades corticais, com aspecto convexo (maioria) ou côncavo. Pode assumir aspecto ovalado em “pires” com halo côncavo de esclerose interposto entre a lesão e a medular óssea subjacente. Geralmente, mede 1 a 3 cm e tem seu maior eixo no plano craniocaudal.
Ausência de componente de partes moles ou reação periosteal agressiva.
Reação periosteal de aspecto sólido e denso, de aspecto benigno.
RX/TC
- Irregularidades corticais com pequenos focos de calcificação;
- Lesão com morfologia em “pires” com margem esclerótica;
- Reação periosteal densa.
RM
- Hipossinal em T1 e sinal alto / heterogêneo em T2;
- +/- impregnação pelo gadolínio;
- Halo interno de baixo sinal (esclerose) na interface com a medular óssea subjacente pode estar presente;
- Edema da medular óssea adjacente é pouco comum e tem correlação com dor.
MEDICINA NUCLEAR
- Cintilografia pode mostrar lesão hipercaptante na fase reparativa;
- PET/CT pode evidenciar aumento da atividade metabólica.
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO
Tratamento
- Não deve ser submetido à biópsia;
- Geralmente não precisa de tratamento.
Prognóstico
- Geralmente desaparece com o fechamento da fise ou pode deixar lesão residual caracterizada por espessamento cortical e esclerose;
- Com o crescimento do esqueleto, a lesão residual pode mover-se um pouco em direção à diáfise.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
- Fibroma não-ossificante: lesão metafisária lobulada, radiolucente e excêntrica / justacortical, que pode ter fina margem esclerótica e aspecto pouco insuflativo;
- Osteossarcoma: lesão metafisária expansiva e infiltrativa com produção de matriz osteóite , reação periosteal de padrão agressivo e componente lesional de partes moles extraósseo.
- Osteomielite: destruição cortical de aspecto permeativo que se inicia mais frequentemente na região metafisária; reação periosteal agressiva ou benigna; +/- abcessos intramedular, subperioteal ou de partes moles; edema e hipossinal T1 de limites pouco definidos à RM.
- Granuloma eosinofílico (Histiocitose de Células de Langerhans): mais comum em ossos chatos do que em ossos longos; várias aparências; lesão lítica e geográfica com edema da medular óssea adjacente; +/- reação periosteal agressiva; pode ter margens escleróticas na fase reparativa.
- Leucemia: Lesão infiltrativa associada a bandas metafisárias radiolucentes (sífilis congênita e metástases de neuroblastoma também cursam com bandas similares); padrão mais difuso e/ou multifocal.
- Metástase de neuroblastoma: lesão infiltrativa associada a bandas metafisárias radiolucentes; geralmente multifocal.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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