Pontos Importantes
Massa radiodensa exofítica e de base larga junto à superfície óssea.
Localização + comum é junto ao aspecto posterior do fêmur distal e na fossa poplítea
Origina-se na camada mais externa do periósteo e, por isso, reação periosteal é incomum (diferentemente do osteossarcoma perosteal). Contudo pode haver espessamento cortical.
É uma lesão de baixo grau, mas com evolução prolongada pode haver desdiferenciação em graus intermediário e alto, e também invasão da medular óssea.
É importante definir se há invasão da medular óssea:
- Se houver alteração de sinal da medular óssea em contiguidade com o tumor, interpretar como possível invasão
- Se não for contígua com o tumor, sugerir provável edema óssea.
Lembrar de avaliar relação da lesão com feixe neurovascular.
Introdução
- 5% dos osteossarcomas
- Tipo de osteossarcoma de superfície (originado da superfície do osso / periósteo) de baixo grau e bem diferenciado, fibroblástico, que produz osteoide
- Origina-se na camada mais externa do periósteo e, portanto, não eleva o periosteo ou causa reação periosteal (diferente do osteossarcoma periosteal que se origina da camada mais interna do periósteo e produz reação periosteal)
- Crescimento lento e baixo risco de metástases (10-15%)
- Após períodos longos de tempo, pode haver áreas de desdiferenciação / alto grau
- Raramente invadem o canal medular do osso, mas também com evolução prolongada
- Locais mais comuns: aspecto posterior da metáfise distal femoral (65%) > úmero proximal (15%) > tíbia (10%) > fibula (3%), rádio e ulna
IMAGEM
RX / TC
- Massa metafisária exofítica e lobulada (“couve-flor”) adjacente e geralmente aderida por base larga à cortical óssea
- Radiodenso (produz osteoide), sobretudo nas porções centrais
- +/- pequenas radioluscências periféricas representando lóbulos condrais de baixo grau, tecido fibroso ou gordura
- Espessamento cortical sem reação periosteal agressiva
- Lesões grandes podem circundar o osso
- “String Sign” (30%): fenda entre a massa e a cortical óssea (mais facilmente identificável pela TC); desaparece com o crescimento da lesão
- Pode haver invasão da medular óssea em doença prolongada
RM
- Útil para avaliação de invasão medular e relação com feixe neurovascular
- Sinal baixo em T1 e T2. Áreas de hipersinal em T2 sugerem componentes de alto grau ou condral
CONCEITOS GERAIS
Epidemiologia
- Mais frequente em mulheres (2♀:1♂)
- 20-40 anos (uma década após osteossarcoma convencional
Clinica
Massa indolor de crescimento lento que ocorre mais frequentemente no aspecto posterior da coxa distal e na fossa poplítea.
Patologia
- Massa exofítica óssea com ampla base de fixação à cortical subjacente
- Se evolução prolongada, pode haver invasão medular
- +/- capa de cartilagem semelhante aos osteocondromas
- Pode haver nódulos satélites
Tratamento
Em geral, o tratamento cirúrgico é suficiente, entretanto se houver componente de desdiferenciação / alto grau pode ser necessária quimioterapia adjuvante.
Prognóstico
- 80-90% chance de cura nos osteossarcomas parosteais de baixo grau tratados somente com cirurgia
- Prognóstico piora com desdiferenciação para graus intermediário e alto, que geralmente acompanha-se de invasão medular. Isso geralmente ocorre se a lesão demorar muito tempo para ser identificada e/ou tratada
- Metástases em 10-15%
- Prognóstico muito melhor do que o osteossarcoma convencional
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
- Osteossarcoma periosteal
- Mineralização não é comum; diferente do parosteal, que é mineralizado
- Origem na camada mais interna do periósteo, geralmente com reação periosteal
- Invasão da medular óssea é menos comum
- Lesão de grau intermediário (o parosteal geralmente é de baixo grau)
- Osteossarcoma de superfície de alto grau
- Mais raro
- Lesão de alto grau, com invasão e crescimento mais rápidos
- Aspecto de imagem semelhante ao osteossarcoma periosteal
- Miosite ossificante
- Padrão de ossificação centrípeto (da periferia para o centro), enquanto no osteossarcoma parosteal o centro é mais denso
- Importante edema e realce predominantemente periféricos à RM nas fases iniciais
- Relação com trauma
- Condroma / Condrossarcoma periosteal
- Aspecto de imagem semelhante ao osteossarcoma periosteal (pouco mineralizado)
- Osteocondroma séssil
- Tem continuidade da medular óssea do tumor com o osso do qual se origina, enquanto o osteossarcoma parosteal não tem
- Desmoide cortical
- Lesão benigna relacionada a forças tracionais que ocorre mais comumente na origem do gastrocnêmio medial na cortical posterior do fêmur distal
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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